Hipertensão arterial

A hipertensão arterial sistêmica (também chamada de pressão alta) é caracterizada por pressão arterial persistentemente alta nas artérias. 

Várias são as causas que podem estar subjacentes à hipertensão. A maioria (90-95%) dos pacientes tem hipertensão ‘essencial’ ou primária, altamente heterogênea com etiologia multifatorial do ambiente gênico. É muito comum a ocorrência de pressão alta nos filhos de pessoas que tinham pressão alta.

A hipertensão é o fator de risco evitável mais comum para doenças cardiovasculares (doença cardíaca coronária, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, fibrilação atrial e doença arterial periférica).

A pressão alta também é responsável por grande parte dos casos de doença renal crônica e também de demência e comprometimento cognitivo. É o principal contribuinte para todas as causas de morte e invalidez em todo o mundo. 

A prevenção e o tratamento bem-sucedidos da hipertensão são fundamentais para reduzir doenças e promover a longevidade na população mundial. No tratamento da pressão alta, é importante considerar o risco cardiovascular de cada pessoa para se definir quais são as metas que o cardiologista vai ter por objetivo.

Aproximadamente dois terços de todos os adultos que têm pressão alta ou recebem tratamento com medicação para baixar a pressão arterial aos 30 anos de idade têm um risco quase 40% maior de sofrer infarto ou comumente chamado “derrame”: Acidente Vascular Cerebral (AVC). Além disso, esses eventos em indivíduos com hipertensão tendem a se manifestar cerca de cinco anos antes do que em indivíduos sem pressão alta.

A hipertensão essencial ou primária é geralmente assintomática, ou seja, o paciente tem pressão alta e não tem nenhum sintoma, a pessoa pode ter pressão alta e não sentir absolutamente nada – isso é o mais comum! Portanto, na prática clínica, todos os adultos devem ter sua pressão medida em visitas regulares ao consultório. A hipertensão é mais comumente diagnosticada com base em medições repetidas. A medição adequada e o registro precisos da pressão arterial são essenciais para categorizar o nível da pressão arterial, determinar o risco de cada paciente e orientar o tratamento

Desde 2010, métodos para medir a pressão arterial fora do consultório têm sido cada vez mais introduzidos para orientar o diagnóstico e o tratamento da hipertensão, incluindo o monitoramento residencial da pressão arterial (MRPA) e monitoramento ambulatorial da pressão arterial (MAPA). 

O MRPA refere-se à medição da pressão arterial em intervalos regulares por um indivíduo em sua casa ou em outro local fora do ambiente clínico. Deve ser realizado adequadamente com 3 medidas ao acordar e 3 medidas antes de dormir, registradas por pelo menos 5 dias.

Lembrando que sempre que for realizar a medida da pressão arterial no domicílio, fazer em um ambiente calmo e em repouso por pelo menos 60 minutos. Não se pode realizar a medida após ingestão de café, estimulantes ou após alimentação e também não se pode realizar com bexiga cheia. Para pacientes fumantes, deve-se realizar a medição 30 minutos após ele ter fumado.

O MAPA consiste em medir e registrar a PA em intervalos regulares (geralmente a cada 20 a 30 minutos), pelo período de 24 horas e enquanto os indivíduos realizam suas atividades diárias comuns. A capacidade de medir a pressão arterial fora do consultório permitiu a identificação de tipos distintos da pressão arterial, incluindo jaleco branco ou hipertensão clínica isolada e hipertensão ambulatorial mascarada ou isolada. 

A hipertensão do jaleco branco ou avental branco é caracterizada por pressão alta no consultório, mas leituras normais fora do ambiente de consultório. Por outro lado, a hipertensão mascarada é caracterizada por leituras normais no consultório, mas elevadas leituras fora do consultório.

A hipertensão secundária é quando outra doença existente no organismo contribui de para o aumento da pressão arterial. Deve ser investigada sempre em pacientes jovens e hipertensos e considerada nos casos de agravamento repentino da hipertensão, má resposta ao tratamento medicamentoso ou danos graves nos órgãos-alvo, que são desproporcionais à duração e gravidade da hipertensão. Nestes casos, o cardiologista deve investigar todas as possíveis causas de hipertensão secundária.

Uma variedade de intervenções não farmacológicas demonstrou ser eficaz na redução da pressão arterial e na prevenção da hipertensão. As intervenções mais eficazes são: perda de peso, redução na ingestão de sódio, aumento da atividade física, consumo reduzido de álcool e dietas específicas para redução da pressão arterial. A mudança de estilo de vida é a melhor maneira de o indivíduo conseguir sucesso. Mesmo pequenas melhorias no estilo de vida podem ser valiosas.

O uso de medicamentos para baixar a pressão também pode ser necessário, principalmente se as medidas não farmacológicas não forem realizadas. Existem várias classes desses medicamentos, diferentes entre si e que possuem indicações para cada tipo de situação, para cada tipo de paciente. O cardiologista é o médico especialista na determinação dos melhores remédios para o tratamento da pressão alta.

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