Quimioterapia e Cardiotoxicidade

A cardiotoxicidade por quimioterápicos representa o dano ao coração, alteração da homeostase do sistema cardíaco secundário a essas medicações. O dano cardíaco pode apresentar-se por vasta gama de condições clínicas, como por exemplo, alterações metabólicas, hipertensão arterial sistêmica, síndromes coronarianas agudas, tromboembolismo arterial e venoso, arritmias, entre outros. 

Muitos destes eventos têm prognóstico pior que muitas neoplasias. Esses eventos podem ocorrer na ausência de fatores de risco de doença cardiovascular e sua evolução ainda não está totalmente esclarecida. Curiosamente, podem ser desencadeadas tanto por terapias sistêmicas convencionais quanto por novas terapias relacionadas com alvos moleculares específico.

Os principais Quimioterápicos que causam toxicidade ao coração são:

  • Antraciclinas: As antraciclinas (por exemplo, doxorrubicina, daunorubicina, epirrubicina e idarrubicina) são uma classe de quimioterápicos altamente eficazes e amplamente utilizados no tratamento de diversas neoplasias, sólidas e hematológicas.
  • Terapias anti-HER: Os agentes anti-HER compõem uma classe de drogas-alvo que inibem de forma específica os receptores HER2, relacionados a progressão do câncer de mama.
  • Fluoropirimidinas: São agentes quimioterápicos antimetabólitos amplamente utilizados no tratamento de neoplasias gastrointestinais, pancreáticas, mama, bexiga e próstata.
  • Terapia anti-androgênica (TAA): é a terapia sistêmica primária para o câncer de próstata localmente avançado e metastático.
  • Taxanos: As drogas mais utilizadas dessa classe de agentes são o Paclitaxel e o Docetaxel, e são utilizadas em tumores sólidos como câncer de mama, ovário e de pulmão não pequenas células.

O acompanhamento desses pacientes é feito por exames como o Ecocardiograma, que irá avaliar antes durante e depois do tratamento quimioterápico se há alteração da contratilidade, piora da força de contração do coração entre diversos outros aspectos, exames laboratoriais, eletrocardiograma e etc. Tudo é feito pelo cardiologista que, evidenciando qualquer alteração, inicia tratamento imediatamente.

Assim, o conhecimento dos efeitos adversos cardíacos do tratamento antineoplásico é de suma importância e a avaliação cardiovascular do paciente com câncer é fundamental.

BLOG E NOTÍCIAS